Ambiente e formação de educadores: reverberações do Programa Escola Integrada Inhotim
Lidiane Maria Arantes Souza
Os museus são também importantes espaços de construção de conhecimento no âmbito da educação não formal, muitas vezes, em parceria com instituições escolares, desempenhando papel importante na formação continuada e no desenvolvimento profissional de educadores. No campo museal destaca-se o Inhotim, objeto de estudo dessa pesquisa. O Instituto Inhotim é um Museu de Arte Contemporânea e Jardim Botânico fundado em 2002, sem fins lucrativos e situado em Brumadinho.
Esta pesquisa buscou investigar o processo de formação de educadores do Programa Escola Integrada Inhotim (PEI-Inhotim), desenvolvido em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte, no qual os educadores experimentam momentos de diálogo e ampliação da experiência educativa, através de visitas mediadas. Esse estudo tem como objetivo geral analisar as contribuições da educação ambiental, realizada no Programa Escola Integrada Inhotim, para as reflexões e experimentações sobre o tema nas práticas escolares dos educadores que dele participam.
Para isto, optou-se por uma abordagem qualitativa e hermenêutica para a investigação, utilizando como instrumentos a análise documental, entrevistas narrativas e observação participante. Foram extraídos excertos mais significativos de depoimentos deixados por educadores após a formação e foram criadas categorias para nortear a análise dos mesmos, baseadas nos conceitos chave da pesquisa: educação ambiental, formação docente, paisagem cultural e experiência, pois fortes ligações entre essas temáticas foram percebidas.
A Escola Municipal Benjamin Jacob se destacou durante a análise por desenvolver o projeto “Desfile Ecológico” após formação no Inhotim, em 2013. Para aprofundar o estudo nessa escola foram feitas observação participante das oficinas atuais de meio ambiente e entrevistas narrativas com dois educadores que participaram da formação no Inhotim representando a escola, no ano de 2013.
Durante a análise dos documentos e dos dados coletados na pesquisa de campo, foram encontradas algumas evidências, sinais e indícios que nos permitiram perceber que o Programa Escola Integrada Inhotim é sim capaz de suscitar reverberações nos educadores que dele participaram. Nos setes anos de sua existência, o Programa atendeu 787 escolas, 112.752 alunos e 10.241 educadores, o que mostra a grande abrangência e a importância da parceria entre o Inhotim e a Prefeitura de Belo Horizonte.
Vimos que, durante a formação, a paisagem cultural do Instituto é utilizada como agente de sensibilização ambiental, estimulando a construção de conhecimento, tendo como ponto de partida a proposta metodológica do Programa, como mostraram os depoimentos deixados pelos educadores. A formação parece ter tocado os educadores, desencadeando processos de transformação, sejam a curto, a médio ou a longo prazo, estimulando o desenvolvimento na escola de ações ou projetos diferenciados e relacionados ao ambiente, muitas vezes em interface com as artes.
Dessa forma, o estudo apontou que as atividades educativas desenvolvidas no PEI-Inhotim são uma maneira estimulante de “abraçar a escola” e tornar o ensino mais prazeroso e significativo para as crianças e jovens, por isso mereciam ser ampliadas e aperfeiçoadas no que diz respeito à preparação prévia das escolas e à ampliação do tempo da formação.
Palavras-chave: Instituto Inhotim. Ambiente. Formação de educadores. Programa Escola Integrada.
Autoria: Lidiane Maria Arantes Souza Ano: 2017
Orientadora: Profª. Drª. Karla Cunha Pádua
Tipo: Dissertação/Universidade do Estado de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Educação