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A interferência do Programa Nacional do Livro Didático no saber histórico escolar no Brasil

Araci Rodrigues Coelho

O livro didático é um dos principais mediadores das propostas de Educação no Brasil. Nele, estão consubstanciados os programas, os conhecimentos e os valores da Educação em geral e de cada disciplina, especificamente. Constitui-se numa das principais referências curriculares e metodológicas de muitos professores (Laville, 1999; Caimi, 2017 e Rocha, 2017). Levando-se, em conta tal importância do livro didático, pode-se, portanto, compreender a atenção que esse objeto cultural vem recebendo por parte dos governos brasileiros nas últimas décadas, a ponto de transformar o Programa Nacional do livro didático em uma de suas principais políticas para a Educação e de consolidá-lo como uma política do Estado Brasileiro.

Partimos do reconhecimento de que os livros didáticos assumem, atualmente, no Brasil uma dupla função. Não só a função de instrumento de aprendizagem dirigido ao aluno, mas, principalmente, a de instrumento de ensino concebido para ajudar o professor a organizar e preparar suas aulas. Entendemos que, mais especificamente
no caso da História, o livro didático constitui-se como importante referencial destinado à formação de professores.
Assim é que neste artigo buscaremos discutir as interferências do PNLD no saber histórico escolar produzido pelos professores ao usar o livro didático mais bem avaliado por esse programa em 2004. Nossa discussão será baseada nas conclusões defendidas na tese: Usos de livros didáticos de História: entre táticas e prescrições.

Tal pesquisa teve como objeto de investigação os usos, por professoras do primeiro segmento do Ensino Fundamental, do livro didático de História (LdH) distribuído pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Faremos inicialmente uma breve apresentação do PNLD e, em seguida focalizaremos na apresentação e análise de dados que buscaram responder algumas das questões investigadas por aquela pesquisa, notadamente as relativas, ao saber produzido pelas professoras ao usar os livros didáticos avaliados pelo programa e, dessa forma, as interferências do PNLD na construção do saber histórico escolar.

O texto acima é resumo do capítulo escrito pela autora para o livro:  O MANUAL ESCOLAR NO ENSINO DA HISTÓRIA: VISÕES HISTORIOGRÁFICAS E DIDÁTICAS. (1ed.: ASSOCIAÇÃO DE PROFESSORES DE HISTÓRIA (APH), 2018, v. 1, p. 264-282) O trabalho completo encontra-se disponível para download em:

https://aph.pt/wp-content/uploads/E-BOOK-Manual-Escolar.pdf

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