Convivendo e aprendendo com os Povos Ciganos
Professoras: Maria Vieira de Almeida & Roseli Correia da Silva
Coordenadora: Gilvania Castro.
Direção: Aparecida Xavier e Maria Lúcia.
Sala:11 – turno: manhã (3a Etapa do 1o Ciclo)
Em 2007, a Escola Municipal Adauto Lúcio Cardoso (EMALC) participou do projeto “Ação Memória”, uma parceria entre o Museu da Pessoa e a Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte (SMED-BH), com estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental, com ênfase no desenvolvimento de temáticas e conteúdos envolvendo diversidade, cultura, memória e história local.
Tendo como objetivo desenvolver uma cultura de paz na escola, sob a perspectiva da diversidade etnicocultural e da autonomia, resolvemos jogar luz sobre a comunidade Cigana do Céu Azul. Este recorte nos levou ao exercício de refletir sobre o lugar desses sujeitos na escola, o que resultou em um projeto interdisciplinar entre História e Língua Portuguesa, com foco no letramento e na escrita coletiva de um pequeno livro, contendo ilustrações dos próprios estudantes.
Após pesquisas em sites e blogs, leitura de textos informativos e literários, entrevistas e uma visita ao acampamento, fomos compreendendo que a comunidade cigana do Céu Azul pertence a etnia Calon, possuem uma cultura riquíssima e bastante diversificada, sendo classificados como povos tradicionais. Os Ciganos do Céu Azul ocupam os terrenos baldios localizados às margens do Córrego do Capão a mais de 40 anos, sendo bastante conhecidos na região devido ao comércio com cavalos. Ao que tudo indica a escolha desse local como pouso, deveu-se em parte à oferta de alimento, água e espaço para abrigar as tropas.
Ao longo desse projeto, fomos surpreendidas com o nosso grande desconhecimento sobre aspectos da história e da cultura cigana. Também pudemos constatar, enquanto educadoras, que a invisibilidade é um traço que acompanha os estudantes ciganos que frequentam as escolas da região, sendo reforçado por estigmas sociais que ainda associam essa etnia ao roubo e à desonestidade. Também fomos compreendendo que a discriminação e a segregação são aspectos que não podem fazer parte do ser cigano na sua relação com a cultura dos não ciganos e que, apesar de viverem em barracas, possuem os mesmos direitos e deveres que qualquer outro cidadão brasileiro.