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O Papel do Ensino de Artes Visuais na
Educação do Ambiente ConstruídoRachel de Sousa Vianna Pelo menos desde a década de 1970, alguns arte/educadores vêm desenvolvendo propostas para explorar a dimensão estética da arquitetura e da cidade no ensino de artes visuais. Apesar de relevante e urgente, o tema não foi capaz de conquistar um número maior de adeptos, permanecendo circunscrito a um grupo pequeno de entusiastas. Por outro lado, o interesse pela experiência estética vem ressurgindo em função de pesquisas empíricas que comprovam o profundoimpacto do ambiente sobre nosso bem-estar físico e emocional. Entre arquitetos e urbanistas contemporâneos, cresce a preocupação com o processo gradativo de atrofia perceptual, ao mesmo tempo em que se discute propostas para re-sensualizar a arquitetura e para reintroduzir a dimensão humana no planejamento dos espaços urbanos. Diante desse cenário, deve-se perguntar como o ensino de artes pode incorporar a Educação do Ambiente Construído em sua agenda. Esse artigo busca respostas para essa questão O artigo…
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O discurso na mediação em Artes Visuais
Rachel de Sousa Vianna Tradicionalmente, a linguagem verbal tem sido vista com desconfiança por artistas e professores de Artes Visuais. A lista de acusações é extensa: a análise verbal paralisa a intuição e a criatividade; a conversa sobre arte é totalmente idiossincrática e, portanto, inútil; o vocabulário é pobre e insuficiente para descrever a experiência estética; palavras distraem e atrapalham a percepção da arte. Relativizando ou contrariando cada um desses argumentos, autores como Rudolph Arnheim (1974), David Perkins (1977), Elliot Eisner e Stephen Dobbs (1988)1 afirmam que o diálogo constitui um instrumento fundamental na nossa percepção e no nosso entendimento da arte. Parte das suspeitas em relação à linguagem verbal deve-se a um entendimento equivocado dos sistemas simbólicos. Palavras não podem descrever ou explicar uma obra de arte em toda a sua riqueza e complexidade, mas isso é verdade também para outros campos do conhecimento. Ninguém espera que um físico…
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A experiência estética na educação do ambiente construído
Rachel De Sousa Vianna Na “Carta para Educação do Ambiente Construído para Crianças e Jovens” publicada em 2019, a União Internacional de Arquitetos – UIA exorta os organismos profissionais de arquitetura de cada país a promover e apoiar a Educação do Ambiente Construído em escala global (em inglês, Built Environment Education – BEE). Tendo como meta embasar a criação de uma rede ampla de iniciativas nesse sentido, o documento define uma série de considerações, objetivos e condições para essa prática. A Carta afirma que o pensamento arquitetônico é integrado, visual e não linear e postula o desenvolvimento de uma consciência sensorial dos espaços, do vocabulário necessário para discutir a qualidade de edifícios e lugares e da capacidade de exercitar a sensibilidade, a imaginação, o gosto e o julgamento crítico. Alinhado com esse grupo de competências recomendadas pela UIA, este artigo examina um conjunto eclético de referências, buscando subsídios para educadores…